quinta-feira, 1 de março de 2012

O Baixo e o Soprano


Agudo é o som que soa de ti
Agudo, esticado e dilacerador
Arde a carne e as membranas
Barulho fino, constante
Saiu de ti, mulher
Dos teus instrumentos agudos
Tão mais grave que um grave som

Porque graves sons vêm apenas para lhe acariciar a pele
Machuca o teu coração pela suavidade
Ferida vinda de prazer
O mesmo que te exclui da gravidade da terra
Fechas os olhos pela gravidade do som
que exclui a gravidade da terra
Grave como todos os sons graves da natureza
Isso inclui o amor, que também é grave, mas não é da natureza

Só que o amor é um objeto insubstancial grave de som agudo
Essa fusão só o amor consegue ter
E realiza-se no palco
Na briga e na harmonia das vozes
Termina no palco, também?
Vozes e sons ecoam e ressoam
E o amor…

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