quarta-feira, 7 de março de 2012


Amo a ausência que tu’alma glorifica
Sendo tua
a onipresença
Em meu pensamento habita
O meu sentimento exercita
deixa claro que à distância
Magnetiza
Pra sempre espero aquilo
Que a saudade magnifica
És minha fonte de ação
Meu porto inseguro
Quarto escuro
em que esboço teu rincão


A realidade nos cerca
Uma vez
cada vez
mais
Assustadoramente ela te isola
te hermetiza. Até na morte.
O agente funerário apertará com força as borboletas do teu caixão.
Dentro em pouco
nada restará de ti.
Erguerão homenagens pétridas em teu saudoso nome
Teus inseparáveis amigos vermes, serão, por pouco tempo
parte de ti.

Por ti chorarão.

 Mas por pouco tempo.
O mundo se acostumará a tua ausência.
Teu túmulo se encherá de flores que por ti hão de murchar.
Este é teu destino, existencialista.
Acordarás podre. Preso. Sob a ação do tempo. Na pedra erguida em tua homenagem.

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