quarta-feira, 7 de março de 2012

Soneto da (re)criação.


Quero que o sol crie corpo e cresça tanto
Que possa alguém, se desejar, tocá-lo,
E fique perto deste céu ao ponto
De engolir o canto do ultimo galo.

Peço a lua que desabe ao chão em pranto
E que na queda gere um grande abalo,
Que escutem seu lamento e o desencanto
De quem gira o mundo só a contemplá-lo.

É que um dia, num capricho irrelevante,
Um deus, destes que vem por graça ao mundo,
Deu ritmo aos papéis destes dois astros.

Já é hora de qualquer outro tratante
Dar a forma, o andamento e um novo fundo
Ao tempo, ao sol, a lua e aos nossos passos.

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