P'ra que eu a cure, dói em mim a dor que nela dói.
Porquanto amo, odeio o que corrói o meu propósito
de salvação, de permanência, meu próprio apósito
que este coração, com excelência, se destrói.
Há uma espécie de ilusão na escuridão, é a tal
lembrança da iluminação fugaz passada;
é um módulo de engano essa dor inconformada
com o inexorável peso disto que é real.
Pois não há qualquer outro desvão em que se insira
a névoa, forma efêmera do ser em excesso,
senão este em que estamos imersos, em que gira
o coração, bêbado, sempre vomitando versos.
Não vejo alguma redenção ao fim desta lira...
O amor, cujo avesso é o ódio, odeia seu avesso.
Porquanto amo, odeio o que corrói o meu propósito
de salvação, de permanência, meu próprio apósito
que este coração, com excelência, se destrói.
Há uma espécie de ilusão na escuridão, é a tal
lembrança da iluminação fugaz passada;
é um módulo de engano essa dor inconformada
com o inexorável peso disto que é real.
Pois não há qualquer outro desvão em que se insira
a névoa, forma efêmera do ser em excesso,
senão este em que estamos imersos, em que gira
o coração, bêbado, sempre vomitando versos.
Não vejo alguma redenção ao fim desta lira...
O amor, cujo avesso é o ódio, odeia seu avesso.
Giuseppe Varaschin
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