quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Todas as faces voltadas

Não, não encontrei
eles diriam qualquer coisa
mentiras, mas sem culpas
sem culpas?
estão incrustadas
tão fundo
a raiz tornou-se elas

não, mas
não há nada aqui
desde que todos estão
tão alto
não é permitido
vê-los sem seus próprios disfarces
aromatizados com seu líquido corrosivo
na sua jornada...
longa...!
rumo não há, nunca houve!
só placas de direção
"o porão é logo ali"
"vire à esquerda assim que achar necessário"
"lembre-se de que você nunca sabe o que é necessário"
"siga à direita"

os pés sobre as calçadas
as paredes fazem seus papéis
atrozes, vigilantes
seus olhos! fuzilando
ah, a cidade! fuzilando
o coração, eles não sabem
agonizando
enquanto procura suas partes
não sabe
sozinho não poderia


as perguntas saltam
cada uma com sua faca afiada na mão
e a sua mente
sendo envenenada
o remédio: entregar-se...
a saída, não
"você nem mesmo sabe por onde entrou ou onde está"
"gire!"

não era a mesma
a rota do planeta alterou-se
há tantos séculos
do colapso
da tempestade
o que restou
tinha caído há milênios
ah, mentira!
impossível!
inverossímel!

"inocentes!“

Juliana Pereira

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