terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Eu e tu

Na beira da cama dorme ela nua
Saborosa fruta doce humana
Salgada na carne que a toca
Doce só os lábios
Fresca e amortecida
Momentaneamente morta para ti e para mim
Que a imagina deliciosamente branca como a cortina do quarto
Como as paredes
Doce menina santa
Salgada mulher diabólica
Carnal
Vem e me beija, transforma-me
Em teu homem, teu deus, teu macho

És insana, mulher
Sei bem
p’onde me levas
Misturas em mim teu salgado corpo e teus doces lábios
Que sugo, que devoro
Depravada
Dormes agora e me deixas aqui te amando um pouco
No mundo que nunca acontece
Mergulhas no teu mais profundo abismo
Linda insana doce figura de carne salgada
Espírito que vai longe do meu leito
Figura oca
Semi-morta, apagada

Eu ouso não fazer barulho
Eu quero continuar achando que te matei de prazer
Tu dormes momentaneamente extasiada de mim
Eu circulo em tuas veias enquanto morres e morres
Tu circulas nas minhas como o primeiro sopro de vida
Meu coração palpita com cada partícula de você que o atravessa

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